sábado, 13 de junho de 2009

alguns dos meus livros

Empatia e RespeitoDimensões centrais na relação de ajudaAna Albuquerque Queirós
A autora procura neste trabalho demonstrar os efeitos de um programa de formação em empatia e respeito, inserido na relação de ajuda e no contexto do cuidar em enfermagem, nas capacidades dos estudantes para discriminarem as respostas de tipo empático e de respeito. Desenvolvendo um quadro teórico baseado na concepção de Chalifour sobre a relação de ajuda na sua perspectiva holística e humanista, planificou a autora um programa de formação com esta base teórica. Adoptou-se esse programa de formação a uma amostra de estudo que contou com a participação de um grupo de 16 estudantes, sendo usado um instrumento de aferição da dimensão cognitiva da capacidade de cada estudante, desenvolvido em dois tempos (antes e depois da formação), permitindo à autora afirmar que os conhecimentos sobre empatia e respeito dos estudantes do grupo experimental aumentaram.
Esta segunda edição do Empatia e Respeito, constitui-se como uma abordagem ilustrativa de um trabalho académico, em que a autora procura demonstrar os efeitos de um programa de formação em empatia e respeito, inserido na relação de ajuda e no contexto do cuidar em enfermagem, na capacidade dos estudantes de discriminar as respostas de tipo empático e de respeito.Certamente que a formação neste campo precisa ser reflectida e aprofundada, para que se tenha em conta que a relação de ajuda significa muito mais do que a aquisição de comportamentos comunicacionais, mais ou menos apreendidos ou protocolarizados. A abordagem formativa, que a autora desenvolve, centra-se em diferentes níveis de aprofundamento, mas tendo como eixo as componentes de empatia e respeito, chave para uma prática ética e relacional consistentes com o bem estar de pessoas cuidadas e cuidadores."Nota IntrodutóriaPrefácioO. INTRODUÇÃOTema e tipo de investigaçãoFormulação do problema de investigação I PARTE - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA1. CONCEITOS DE RELAÇAO DE AJUDA NO CUIDAR EM ENFERMAGEM 1.1. O modelo de CHALIFOUR na relação de ajuda no cuidar em enfermagem2. RESPEITO E EMPATIA2.1. O respeito2.2. A empatia2.3. A simpatia e o apoio2.3.1. A simpatia2.3.2. O apoio3. A FORMAÇÃO EM RELAÇÃO DE AJUDA NO CUIDAR EM ENFERMAGEM3.1. A importância da formação3.2. As características de um programa de formação 3.2.1 A filosofia educacional e o modelo de ensino/aprendizagem 3.2.2. Os conteúdos de um programa de formação 3.2.3. Os objectivos de um programa de formação3.2.4. Os métodos pedagógicos na formação 3.2.5. A avaliação de um programa formação 3.3. As características do formador3.4. As características dos formandosII PARTE - DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO1. DESENHO METODOLOGICO1.1. Objecto e tipo de investigação1.1 .1. Identificação das fontes de invalidade interna e externa1.1.2. Limites do estudo e aspectos éticos1.2. Hipótese de investigação1.3. Variáveis1.4. Definição da população e selecção da amostra1.5. Planificação de um programa de formação em empatia e respeito, inseridos na relação de ajuda no contexto do cuidar em enfermagem1.5.1. Introdução1.5.2. Definição dos objectivos1.5.3. Selecção dos conteúdos1.5.4. Duração e calendarizarão1.5.5. Metodologia/actividades1.5.6. Avaliação1.6. A aplicação e avaliação do programa de formação1.7. O método de recolha de dados1.7.1. A construção do instrumento de medida1.7.2. O instrumento da recolha de dados - o questionário 1.8. O tratamento estatístico2. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOSCONCLUSÕESBIBLIOGRAFIAANEXOS

Ética e Enfermagem Ana Albuquerque Queirós
ISBN : 972-8717-07-5
http://quarteto.regiaocentro.net/
quarteto_editora@ip.pt

O trabalho que apresentamos neste livro procura reflectir sobre a dimensão ética da profissão de enfermagem e a sua contribuição para uma cada vez maior visibilidade da genuína arte e ciência que esta profissão encerra.O livro consiste, numa primeira parte com vários capítulos temáticos que abordam itens relativos a aspectos de fundamentação para a reflexão ética, uma perspectiva de clarificação de conceitos, uma reflexão sobre as dimensões éticas da enfermagem contemporânea, sobre o desenvolvimento de competências ético-relacionais, uma breve abordagem sobre os valores e a enfermagem; seguem-se, ainda capítulos contendo algumas reflexões sobre o que é um problema ético e os princípios éticos a ter em atenção no processo de tomada de decisão ética. Ilustra-se a abordagem para a tomada de decisão com uma reflexão sobre a questão do sigilo profissional. Aborda-se, ainda, de uma forma bem sucinta as teorias éticas mais referenciadas na literatura em enfermagem.
Numa segunda parte apresenta-se o texto especifico sob o tema “Ética relacional nos cuidados de saúde ao adolescente” que constituiu o documento de base da lição proferida no âmbito do concurso para professor coordenador para a Escola Superior de Enfermagem de Bissaya Barreto realizado recentemente pela autora.É fundamental que se tenha em conta que os temas tratados não foram alvo de uma exaustivo aprofundamento bibliográfico, procurando-se antes dar um certo caracter de exposição, coerente, de algum modo, com a forma como os temas têm sido trabalhados pela autora no âmbito da formação de estudantes e de enfermeiros e que se quer desta forma apresentar, como um livro útil para a continuidade da reflexão nestas temáticas.
INTRODUÇÃOI PARTE1. Fundamentos da Ética, Clarificação de Conceitos2. Dimensões Éticas da Enfermagem Contemporânea3. Desenvolvimento de Competências Ético-Relacionais4. Os Valores de Enfermagem5. O que é um Problema Ético6. Os Princípios de Autonomia, Beneficiência, Não Maleficência e Justiça7. Roteiro para o Processo de Tomada de Decisão Ética8. Teorias ÉticasII PARTEÉtica Relacional nos Cuidados de Saúde ao Adolescente - uma abordagem sobre o consentimento informadoBibliografiaANEXOSAnexo I - Estatuto da Ordem dos Enfermeiros (da Ética e deontologia)Anexo II - Linhas orientadoras para agir perante comportamentos e/ou práticas profissionais incorrectas.Anexo III - Parecer sobre aspectos éticos dos cuidados de saúde relacionados com o final da vida - 11/CNECV/95Anexo IV - Declaração de HelsínquiaAnexo V - Carta dos direitos e deveres dos doentesAnexo VI - Convenção de OviedoAnexo VII - Declaração Universal dos Direitos do Homem


Educação em Enfermagem Ana Albuquerque Queirós, Lígia Catarino Costa e Silva e Elvira Martins dos SantosEdição:1.ª
ISBN : 972-8535-18-X
http://quarteto.regiaocentro.net/
quarteto_editora@ip.pt

O ensino de cuidados de enfermagem, hoje, não pode constituir somente uma redacção de objectivos em termos comportamentais, a transmissão de informação, prescrever as leituras a fazer e controlar os resultados. As autoras pretendem, tão somente, partilhar com a comunidade as suas angústias, dilemas e reflexões que se concretizam nas três partes constituintes deste livro.
Uma primeira parte na qual Ana Albuquerque Queirós reflecte acerca dos processos de ensino e aplicação da “Filosofia e Modelos de Enfermagem”, aspectos que se revestem de grande interesse e actualidade. Uma segunda parte em que Lígia Catarino convida os leitores a percorrer com ela, numa postura de crítica reflexiva, os meandros da educação em enfermagem no que respeita às competências do professor e sua relação com um ensino reflexivo em enfermagem. E, uma terceira e última parte do livro, de Elvira Santos, onde procura mostrar-se como a atitude reflexiva do professor pode conduzir à produção de conhecimento no âmbito das concepções de cuidados de enfermagem, através de um estudo exploratório-descritivo acerca das concepções de cuidados de professores de enfermagem, e de que modo estas concepções podem influenciar/direccionar a aprendizagem dos estudantes.
Este livro traz-nos algumas conclusões firmes mas pretende fundamentalmente alargar o debate acerca dos problemas da educação em enfermagem, gerar ideias e contribuir para uma saudável, aberta e colaborativa discussão que as autoras gostariam de ver continuar.
Apoio: Associação de Docentes de EnfermagemPARTE ICAPÍTULO 1 - FILOSOFIA E MODELOS DE ENFERMAGEM COMO ENSINAR COMO APLICARCAPÍTULO 2 - As COMPETÊNCIAS DO PROFESSOR E O ENSINO REFLECTIVO EM ENFERMAGEMPARTE IICAPÍTULO 1 - CONCEPÇÃO DE CUIDADOS DE ENFERMAGEM DOS DOCENTES DE ENFERMAGEM

Sou uma enfermeira de Susan Gordon

"Just a Nurse"
By Suzanne Gordon[1]

http://www.silencetovoice.com/just_a_nurse.html


I’m ‘just a nurse.’ I just make the difference between life and death.
I’m ‘just a nurse.’ I just have the educated eyes that prevent medical errors, injuries and other catastrophes.
I’m ‘just a nurse.’ I just make the difference between healing and coping, and despair.
I’m ‘just a nurse.’ I just make the difference between pain and comfort.
I’m ‘just a nurse.’ I’m just a nurse researcher who helps nurses and doctors give better, safer and more effective care.
I’m ‘just a nurse.’ I’m just a professor or nursing who educates future generations of nurses.
I’m ‘just a nurse.’ I just work in a major teaching hospital managing and monitoring patients who are in cutting-edge experimental medical research protocols.
I’m ‘just a nurse.’ I just educate patients and families about how to maintain their health and independence.
I’m ‘just a nurse.’ I’m just a geriatric nurse practitioner who makes the difference between a patient staying at home or going to a nursing home.
I’m ‘just a nurse.’ I just make the difference between dying in agony and dying in comfort and with dignity.
I’m ‘just a nurse.’ I’m just the real bottom-line in health care.
Don’t you want to be ‘just a nurse’ too?






Tradução de Ana Albuquerque Queiroz

Eu sou apenas uma enfermeira. Eu apenas faço a diferença entre a vida e a morte.
Eu sou apenas uma enfermeira. Eu apenas tenho os meus olhos educados para prevenir erros médicos, lesões e outras fatalidades.
Eu sou apenas uma enfermeira. Eu apenas faço a diferença entre a recuperação, o enfrentar da situação e o desespero.
Eu sou apenas uma enfermeira. Eu apenas faço a diferença entre a dor e o conforto.
Eu sou apenas uma enfermeira. Eu sou apenas uma enfermeira investigadora que ajuda as outras enfermeiras e o médicos a proporcionarem melhores cuidados, mais seguros e eficazes.
Eu sou apenas uma enfermeira. Eu sou apenas uma professora de enfermagem que educa as futuras gerações de enfermeiras.
Eu sou apenas uma enfermeira. Eu apenas trabalho num grande hospital universitário realizando a gestão de cuidados e monitorizando os doentes que estão a ser sujeitos a protocolos de investigação médica experimental.
Eu sou apenas uma enfermeira. Eu apenas educo os doentes e as suas famílias sobre a manutenção da sua saúde e independência.
Eu sou apenas uma enfermeira. Eu sou apenas uma enfermeira de geriatria que faz a diferença entre um doente permanecer em casa ou ter de ir para um lar de pessoas idosas.
Eu sou apenas uma enfermeira. Eu sou apenas uma enfermeira de cuidados paliativos que faz a diferença ente morrer em agonia e morrer com conforto e dignidade.
Eu sou apenas uma enfermeira. Eu sou apenas o elemento essencial do sistema de cuidados de saúde.
Será que não quereis ser também apenas Enfermeira/O.


[1] SUSAN GORDAN É CO-AUTORA DO LIVRO : BURESH, Bernice; Gordon, Suzanne, Do Silêncio à Voz, Coimbra, Ariadne Editora, 2004.

livros que recomendo

SOBRE O LIVRO Do Silêncio à Voz
de Bernice Buresh e Suzanne Gordon. De referir que esta nova edição têm um prefácio feito pelas autoras à edição portuguesa, com base na experiência que tiveram durante a semana que estiveram em Portugal a trabalhar com enfermeiros/as em Workshops e Conferências.
Ana Albuquerque Queiroz
Com a minha abordagem quero transmitir alguns dos meus pensamentos que me levaram a considerar esta obra com fundamental para os Enfermeiros Portugueses. Penso que no nosso país existem muitos enfermeiros competentes e que dão consistência à profissão. A história da enfermagem Portuguesa está feita de desafios e de conquistas.
Eu penso que o livro Do Silêncio à Voz é uma ferramenta imprescindível para todos os jovens profissionais e para todos os enfermeiros que já hoje assumem atitudes de liderança nos processos de cuidados e sendo capazes de usar a sua voz vão alimentando as suas convicções tornando-se mais afirmativos e poderosos na profissão que escolheram. O livro é também essencial para todos os enfermeiros que vivendo a profissão de formas mais isoladas, isto é, em que o sentido de comunidade de grupo profissional e de interdisciplinaridade é precário e por vezes constrangedor, precisam de contar e recontar as suas experiências, as suas histórias, de forma a escutarem-se a si próprios e também a fazerem-se ouvir. Muitas vezes são estes enfermeiros mais velhos que garantem o sentido apurado do rigor técnico e de gestão de cuidados, no sentido global, pois eles próprios desenvolveram uma sabedoria que enforma os seus actos profissionais. Estes profissionais têm no livro uma base orientadora para potenciarem as suas energias e para interiorizarem de uma forma mais confiante o poder que possuem e que na realidade e no quotidiano faz a diferença nos cuidados aos doentes e utentes dos serviços de saúde.
Aprender a usar a Voz da Enfermagem é aprender a escutar verdadeiramente o sofrimento dos que estão lá, nas camas dos hospitais ou nas salas de espera dos centros de saúde, ou ainda nos lares de idosos, ou em habitações, por vezes sozinhos e com poucos recursos. Eu sei que os conhecimentos existem, que muitas vezes a vontade também está presente, falta talvez a força física para que os profissionais falem alto. Sei que muitas vezes há muito ruído à nossa volta e outras vezes, quando começamos a falar, viram-nos as costas. É por isso que digo, mais ou menos metaforicamente, que precisamos ter força física para falar alto, para tornarmos audível o que é a prática de enfermagem e como ela faz a diferença nos cuidados de saúde. Do Silêncio à Voz é uma ferramenta imprescindível para alimentar o crescimento de competências de todos os enfermeiros que querem que o público aprenda a usufruir, ainda mais, dos seus direitos a cuidados de saúde acessíveis, eficazes e de qualidade. Em Portugal isto refere-se tanto aos cuidados de saúde na doença aguda grave como aos cuidados de acompanhamento nas situações crónicas, mas de forma especial na actuação de prevenção e promoção de saúde visando o crescimento e desenvolvimento saudável de pessoas e comunidades. Na minha opinião, a actuação dos enfermeiros portugueses precisa de ser reforçada no trabalho que dê significativos contributos para uma vida melhor do povo português, porque nós temos, no momento actual, tudo de bom e de mau de um país em desenvolvimento e de um país com uma diversidade cultural enorme. Para que se concretize uma tal actuação reforçada, os profissionais de enfermagem precisam ter voz.
O contributo deste livro será tanto maior quanto os enfermeiros, os professores de enfermagem e os estudantes, usarem efectivamente a sua voz, criando renovadas energias para que possamos contribuir para todos os nossos concidadãos usufruam de uma vida mais saudável e harmoniosa.

LIVROS que recomendo

Os enfermeiros que estão na Enfermagem com o sentido profundo de que esta é a profissão que escolheram para si, e por isso a ela dedicam a sua energia intelectual, física, emocional, sentem que não são, pelo menos algumas vezes, reconhecidos. Em especial percebem que os decisores políticos realmente querem ignorar o impacto que esta profissão tem na saúde dos cidadãos.
É por isso que todos nós precisamos de falar cada vez mais do que fazemos e como fazemos. Precisamos de falar alto e bem claro sobre a diferença que fazemos para salvar vidas e para aliviar o sofrimento.
junto aqui uma reflexão sobre o livro do Silêncio à voz, de B. Buresh e S.Gordon.
junto também o poema de Susan Gordon, " I am just a nurse"- sou apenas uma enfermeira

contributo para a clarificação de conceitos

Enfermagem de família: Clarificação de conceitos[1]
Ana Albuquerque Queiroz[2]

A família tem sido considerada nos cuidados de em enfermagem desde sempre. Em épocas anteriores foram as enfermeiras de saúde pública que marcaram o reconhecimento da família como um importante factor no crescimento e desenvolvimento dos indivíduos, bem como na recuperação de doenças. Com o advento da teoria de sistemas, adaptada aos sistemas viventes por Bertalanffy, na década de 30, e introduzida na enfermagem, em 1960, o conceito de enfermagem da família tem sido entendido como o cuidado de enfermagem prestado a todo sistema ou unidade familiar, (Friedman,1989).
Actualmente, vários teóricos têm-se empenhado em diferentes conceptualizações de família e enfermagem na assistência à família, focalizando o cuidado de acordo com o modelo utilizado. Assim, ora direccionam o cuidado do indivíduo no contexto da família, ora é a família com o indivíduo como contexto, sendo a tendência emergente o cuidado da família como sistema, ou seja, a família é a unidade do cuidado.
Existem quatro maneiras pelas quais o conceito de família foi definido por enfermeiras: a família como ambiente, a família como um grupo de interacção intersectorial, a família como uma unidade singular com limites definidos e como uma unidade em interacção com o ambiente, Whall, 1981.
Compreender essas diferentes configurações da(s) família(s) não prepara as enfermeiras para trabalhar com ela. É desejável que se aproximem das abordagens das ciências humanas e das teorias sobre sistemas familiares. Essa necessidade desencadeou três tendências na enfermagem: um aumento de conteúdo nas disciplinas sobre família nos meios académicos, aumento das pesquisas sobre família e a ampliação da prática clínica, tomando a família como objecto do cuidado.
As transformações das práticas de enfermagem implicam também uma diversificação das responsabilidades do(s) seu(s) campo(s) de actuação, sendo necessário que se analise o estado actual da prática da enfermagem centrada na Família e a percepção da família pelos profissionais de enfermagem.
A história, a evolução do desenvolvimento teórico da enfermagem da família têm sido discutidos em profundidade na literatura (Feetham, Meister, Bell e Gilliss,1993; Friedman,1992; Gillisss,1991; Gilliss, Highley, Roberts e Martinson,1989; Lansberry e Richards,1992; Whall e Fawcett,1991). Estes autores deram uma significativa contribuição ao avanço do conhecimento deste ramo, por meio da contextualização dos cuidados de enfermagem junto das famílias.
Podem considerar-se dois aspectos nesta percepção:
1- A família considerada como uma unidade de intervenção, quer dizer”alvo” dos cuidados e fonte de suporte para os enfermeiros.
2- A família considerada como um contexto facilitador dos cuidados, quer dizer uma fonte de suporte para o doente e fonte de informação para os enfermeiros.
De acordo com vários autores, a família constitui um dos factores psicossociais mais importantes na evolução da doença e no processo de readaptação. A família é um sistema no qual se actualizam as interacções que facilitam ou impedem a recuperação e restabelecimento e a readaptação de um dos seus membros doentes.
Muitas vezes, a família, passa por sentimentos de ansiedade e de medo ligados com a evolução da doença e dos tratamentos, podendo, com frequência, acontecer uma reorganização dos papeis familiares, para que se possa reenquadrar as actividades familiares e sociais dos seus elementos.
A Família marca as atitudes e os comportamentos de uma pessoa face à sua saúde e, inversamente, a situação de saúde de uma pessoa tem influencia sobre a dinâmica da família. É nesta perspectiva que os profissionais de enfermagem são chamados a considerar a dinâmica familiar como um dos principais elementos do processo de conceptualização dos cuidados.
Os cuidados às Famílias são um campo novo no desenvolvimento profissional em muitos países, incluindo o Canadá e Estados Unidos. No entanto este campo tem vindo a ampliar-se dado o contexto sócio-económico actual e, sobretudo, a viragem para o sector ambulatório, que impõe cada vez mais a participação das famílias nos cuidados dos seus familiares próximos. De acordo com Wright e Leahey, (1990), as enfermeiras generalistas consideram predominantemente a utilização do conceito de família como um contexto; por outro lado os profissionais com formação pós graduada usam o conceito de família como unidade ou cliente de assistência. Esta ultima perspectiva requer uma formação acrescida e aprofundada em “enfermagem dos sistemas familiares”, Wright e Leahey, (1990), pressupondo-se que esta formação conduz a que os profissionais se familiarizem com um corpo de conhecimentos que envolve a dinâmica de família, a teoria dos sistemas familiares, a avaliação, intervenção e investigação na família.
Para concretizarmos um pouco mais e de acordo com Gilliss, Higley e Martinson, (1989), podemos situar as intervenções dos enfermeiros no trabalho com famílias em cinco níveis:
Nível 1- Ênfase mínimo da Família.
Contacto com a família apenas se necessário por razões práticas ou legais.
Nível 2- Ênfase na informação.
Ao longo dos contactos para obtenção de informações e para a educação em Saúde.
Nível 3- Relação e apoio emocional.
O envolvimento é baseado no conhecimento sobre o desenvolvimento normal da família e as reacções ao stress.
Nível 4- Avaliação sistemática e planeamento da intervenção.
- baseada na compreensão dos sistemas familiares;
- requer competências para:
- planear e estruturar entrevistas á família;
- apreciação do funcionamento familiar;
- apoiar membros individuais sem formar alianças;
- redefinição de situações para promover a identificação de soluções para os problemas;
- ajudar os membros da família a trabalhar em conjunto para gerar soluções aceitáveis para todos;
- identificar disfunções que precisam de ser encaminhadas;
- preparação para um trabalho de terapia familiar.
Nível 5- Terapia da Família (este tipo de intervenção requer preparação específica em T.F. )

Para se trabalhar na perspectiva de família, é necessário acreditar que os processos de saúde e de doença são experiências que envolvem toda a família. Esse pressuposto permite que os enfermeiros pensem e envolvam todos os seus membros na sua assistência. O processo de cuidar da família pode ser entendido como uma metodologia de acção baseada num referencial teórico, isto é, o enfermeiro tem de ser competente em avaliar e intervir, baseando-se num relacionamento cooperativo – profissional/família, tendo como base uma fundamentação teórica.
Objectivos da Intervenção
O objectivo da enfermagem de família é o de ajudar a família a crescer na suas competências para lidarem com as respostas aos problemas de saúde actuais e/ou potenciais e a cumprir as suas funções do modo mais saudável.
O cuidado centrado na saúde da família tem como objectivo a promoção da saúde através da mudança. A proposta é ajudar a família a criar novas formas de interacção para lidar com os fenómenos de saúde e doença, dando novos significados para as suas experiências. No caso de uma doença deve-se conhecer, por exemplo, o que a família pensa sobre o que causou a doença e as possibilidades de cura, a fim de ajudar a família a modificar crenças que dificultam a implementação de estratégias para lidar com o cuidado da pessoa que está doente.
As estratégias devem ser no sentido não só de conhecer o impacto das experiências de saúde e doença sobre a família, mas também de investigar como as interacções entre os seus membros influenciam o desenvolvimento dos processos de saúde e doença. Sendo assim as intervenções baseiam-se em aspectos como:
1- Os cuidados à família centram-se na experiência da família ao longo da vida. Considera-se a história e o futuro do grupo familiar.
2- Considera-se o contexto cultural e sócio comunitário do grupo familiar.
3- Consideram-se as relações entre os membros da família e reconhece-se que em algumas circunstâncias nem todas as pessoas do grupo familiar atingem a sua plena saúde e bem estar.
4- Dirigem-se às famílias cujos membros estão com saúde ou doentes. O grau em que os indivíduos estão com saúde ou doentes não é um indicador fiável da saúde da família,
5- A Enfermagem de Família acontece em contextos onde as pessoas apresentam problemas de ordem fisiológica ou psicológica. As enfermeiras devem ser competentes para tratar o problema de saúde, muitas vezes partindo de um ponto de vista biomédico, integrando o conhecimento sobre o impacto da doença no grupo familiar, considerando a multi-dimensionalidade de factores.
6- O sistema familiar é influenciado por mudanças em cada um dos seus membros. A enfermeira, ao cuidar de um membro da família, está a “mexer” com o sistema.
7- Os enfermeiros reconhecem que precisam de interferir com o meio ambiente para aumentar as interacções da família.
8- Reconhecem que o elemento familiar, que apresentou um problema particular, muda constantemente, o que significa que o profissional terá de deslocar a sua atenção para outras pessoas ao longo do processo de intervenção. Apesar disso procura-se sempre identificar o impacto da situação da pessoa (problema) no grupo familiar.
9- Centra-se nos pontos fortes das pessoas, membros individuais e do grupo familiar, para promover o suporte mútuo e crescimento possíveis.
10- Os enfermeiros precisam de definir ” Família “.

BIBLIOGRAFIA
Alarcão,Madalena.(2000).( Des)Equilíbrios familiares, uma visão sistémica. Coimbra, Quarteto Editora.
Duhamel, F., (1995). La santé et la famille, une approche systémique en soins infirmiers. Montréal, Gaetan Morin éditeur.
Feetham, S.L., Meister, S.B., Bell,J.M., Gilliss, C.L. (1993). The nursing of families : Theory, research,education and practice. Newbury Park : Sage Publications.
Friedman ML. (1989). The concept of family nursing. Adv Nurs, 14:211-6.
Friedman,M.M. (1997). Family nursing : Research, theory and practice. East Norwalk,Connecticut : Appleton&Lange.
Gilliss,C.L. (1991). Family nursing research,theory and practice. Image :Journal of Nursing Scholarship,23(1),19-22.
Gillisss,C.L., Highley,B.L., Roberts,B.M., Martinson,I.M. (Eds.) (1989). Toward a science of family nursing. Menlo Park,CA : Addison-Wesley.
Hayes, Virginia E.(1997).Searching for family nursing practice knowledge. In : Thorne, Sally E.; HAYES, Virginia E.(editors).(1997)Nursing Praxis , knowledge and action. Thousand Oaks, Sage Publications.
International Council of Nurses. (2002). Nurses always there for you: Caring for families. (pp. 12-13). Retrieved Dec. 12, 2003 from http://www.icn.ch/indkit2002_01.pdf
Lansberry,C.R., Richards,E. (1992). Family nursing practice paradigm perspectives and diagnostic approaches. Advances in Nursing Science, 15(2), 66-75.
Relvas, Ana Paula.(1996) .O ciclo vital da família, perspectiva sistémica. Porto: Edições Afrontamento.
Whall AL. (1981). Nursing theory and the assessment of families. Psychiatr Nurs Mental Health Services, 19, 30-6.
Whall,A.L., Fawcett,J. (Eds.) (1993). Readings in family nursing. Phladelphia: J.B. Lippincott Company.
Walsh, F. (1982). Normal Family Processes. Guilford: New York.
Whyte, Dorothy. (1997). Explorations in family nursing. London, Routledge.
Wright, L., M.; Leahey, M., (1990). Trends in nursing of families. Journal of Advanced Nursing 15, 148-154
Wright, L.; Leahey, M. (1994). Nurses and families. Philadelphia. P.A.:F.A. Davies.
Wright, Lorraine, M.; Watson, Wendy, L., Bell, Janice, M. (1996). Beliefs, the heart of healing in families and illness. New York, Basic books.


[1] Comunicação apresentada nas jornadas da Associação Portuguesa de Enfermeiros de Cuidados de Saúde Primários em Abril de 2004.

[2] Ana Albuquerque Queiroz, Professora Coordenadora, Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, Membro da Unidade Científico-Pedagógica de Enfermagem de Saúde Pública, Familiar e Comunitária aaq@esenfc.pt , anaqueirozmae@gmail.com

enfermagem de família

A enfermagem de família é uma área de estudo, uma filosofia, uma perpectiva, uma forma de conceptualizar o modo como queremos realizar a nossa prática profissional.
Considerar os vários níveis de intervenção para o "pensar"família na prática de enfermagem é muito importante. Como diz a Lorraine Wright, torna-se, é um imperativo ético integrar as famílias nos processos de cuidar.
coloco aqui uma breve clarificação de conceitos.

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Abstract Doctoral Thesis

Multigenerational families and positive aging in Portugal, lessons to family nurses
Ana Albuquerque Queiroz
School of Nursing de Bissaya Barreto, Coimbra, Portugal
RN, BSc, MSc, PhD


In Portugal multigenerational families still exist and are important support systems for all family members. In this study, I focus the process of successful (positive) aging evidenced in six families followed in a 3 years lasting ethno-methodological study.
In this presentation, I will explore how the ethno-methods associate to the practical daily life in its functional, and affective dimensions, such as they are perceived by the oldest, middle and young generations, favouring the promotion of the positive aging.
At the same time, I will discuss the impact from the decisions / interactions of the family member’s dynamics once strengthened and supported by health professionals, especially nurses interacting with families in the primary health cares context. These interactions must be based on the knowledge of the familiar culture apprehended in studying the experiences, habits and traditions; as a way of acquiring a profane knowledge of practical guidelines that promote positive aging of the oldest people.
The results show ethno-methods associated to the practical daily life in its functional and affective dimensions, as perceived by oldest, middle and young generations.
The results suggest that, in the studied families, factors exist that favour the related promotion of the positive aging. The important factors identified in the families culture and beliefs were the relations of mutual support, strong affective bows, clear familiar organization, opened communication, rituals and routines that characterize the family life and their association with the development of coping capacities.
I suggest that nurses must have in clear account the singularities of individuals and each family, as well as the specific nets of support; once the construction factors of each familiar identity represent an important context for promoting positive aging.